domingo, 24 de junho de 2012

Alan Turing recordado com doodle

Alan Turing é hoje recordado com um google doodle, no dia em que completaria o 100.º aniversário. O britânico Turing foi um matemático e cientista da computação. O conceito de algoritmo e computação da máquina de Turing assume um papel fundamental na criação do computador moderno. E por isso Alan Turing é considerado o ‘pai da informática’.

Alan Turing nasceu a 23 de junho de 1912, em Inglaterra, e dedicou-se à matemática, criptoanálise, à lógica e computação. A sua obra permite-lhe ser considerado o pai desta ciência.
A consagração de Alan Turing chega quando este britânico completa 24 anos, projetando a máquina que, de acordo com um sistema formal, fazia operações computacionais. A máquina teórica de Turing abre caminho para poderosos sistemas.

Mais tarde, na II Guerra Mundial, Turing trabalhou em Bletchley Park, numa unidade especializada em códigos. Tornou-se o responsável máximo da secção de criptoanálise da frota naval alemã. Alan Turing acabaria por criar técnicas que permitiam decifrar códigos dos alemães, graças ao Colossus. Este computador tinha como objetivo, precisamente, a missão de perceber codificações alemãs secretas, criadas por uma máquina chamada ‘Enigma’.

Os códigos mudavam de modo frequentemente, o que levava Alan Turing a adaptar por diversas vezes o computador Colossus, exigindo, por outro lado, uma decifração rápida.
Depois daquele conflito mundial, Alan Turing exerceu funções no Laboratório Nacional de Física, localizado no Reino Unido, e cria um projeto pioneiro para um computador, com programa armazenado: o ACE. Turing viajaria, mais tarde, para os Estados Unidos, onde desenvolve um projeto de transmissão de dados transatlânticos de modo seguro.

O pai da computação dedicava-se, sobretudo, aos teoremas suscetíveis de comprovação e à Teoria da Computabilidade. A sua obsessão foi conseguir transportar para a prática toda a teoria da ciência da computação, bem como as suas aplicações. Alan Turing consegue as respostas iniciais em teoria, mas aplicá-las-ia mais tarde.

Uma vez que grande parte do seu trabalho foi realizado de modo oculto, na área de espionagem, apenas em 1975 Alan Turing pôde ser consagrado como o ‘pai da informática’.
Homossexual assumido, Alan Turing foi alvo de humilhação pública, em meados de 1950, e impedido de acompanhar estudos sobre computadores. A homossexualidade era ilegal no Reino Unido, sendo que o britânico foi julgado por “vícios impróprios” e condenado a tratamentos que provocaram o crescimento de seios.

Em 8 de junho de 1954, Turing é encontrado morto, na sua residência, em Wilmslow. Como causa da morte, envenenamento por cianeto. Um inquérito aponta para o suicídio, mas subsistem dúvidas sobre um homicídio. A mãe de Turing argumenta que a ingestão de cianeto foi acidental e provocada pelo "descuido" do filho, quando armazenava produtos químicos no seu laboratório.

A 11 de setembro de 2009, Gordon Brown, primeiro-ministro do Reino Unido em exercício, pede um perdão formal, em nome do Governo britânico, pelo tratamento preconceituoso e desumano dado a Alan Turing.
A 23 de Junho de 2012, no dia em que se assinala o centenário de Alan Turing, um doodle da Google recorda o pai da computação, vítima de discriminação. Lembra-se neste dia um cientista cuja obra permanece viva, 100 anos depois.
[fonte]

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Tenho geito para o cinema, a família não se opõe


Joaninha- Parece-me que não deverá ser difícil conseguir o que pretendes. Apresenta-te ao Brum do Canto e dize-lhe muito simplesmente aquilo que me dizes na tua carta: "Tenho geito para o cinema, a família não se opõe, e como sou bonita e me apresento bem, espero que o físico não me atraiçôe o talento". O Brum do Canto, ou qualquer outro realizador, ajuizará das possibilidades e lavrará a sentença. - O tigre que figura ao lado da Dorothy Lamour é de carno e ôsso, sim senhor... - Mas quem te disse que os embriagam com champagne para que não façam mal às artistas!... Foi um humorista, pela certa... Quando muito, injectam-lhe entorpecentes... Tigres a beber champagne! Tens cada uma!

Secção de correspondência pelo
" HOMEM INVISÍVEL"
O homem que tudo sabe...

in "Posta Restante", Revista "Filmagem", nº 50, 24 de Outubro de 1942, pág.13

A Herondina Quintas gosta do Marlon Brando, que estava para ir para padre


Além de apreciar Marlon sob o aspecto físico, admiro o seu grande talento e  personalidade.
É um homem que, de um momento para o outro, viu o seu nome coroado de fama, e que, com as suas esplêndidas interpretações, satisfaz os mais exigentes.

Certo é que nem todos concordarão comigo. Os próprios colegas de Brando o detestaram, e nem todos terão ainda desfeito a sua má vontade contra uma pessoa que peca por possuir uma forte personalidade.
A sua maneira de ser agrada-me sobremaneira. Leio com prazer os artigos que lhe dizem respeito, e até mesmo naqueles que revelam os seus pontos fracos encontro elementos que me ajudam a defini-lo.

Ultimamente, formulou-se a hipótese de que Brando deixará o cinema para ser padre... É possível.
Um "astro" cinematográfico é um ser humano como qualquer outro, tendo assim plena liberdade de ser generoso e bom, e seguir as suas naturais inclinações.

Se isso sucedesse, perderia um "astro", mas sentiria ainda maior admiração por aquele que, acima das ambições materiais, sabe colocar as tendências sublimes do espírito.

HERONDINA QUINTAS
in "Página do Leitor", Revista "Plateia", nº 1, 1 de Janeiro de 1958, pág.30 


A Bandeira de Portugal voltou a flutuar em Cannes


Este ano, após uma longa ausência, a bandeira portuguesa voltou a flutuar, orgulhosamente, no pavilhão dos países concorrentes ao Festival de Cannes.
A representação portuguesa efectuou-se com o documentário "Sintra", de João Mendes, cuja exibição colheu os mais entusiásticos aplausos da selecta assistência, quer pela beleza das suas paisagens, quer pelo seu ritmo certo e seguro, que prendeu a atenção dos técnicos.
No final da exibição de "Sintra", o representante português, Dr. Félix Ribeiro, chefe da secção de cinema do S.N.I., foi muito cumprimentado por jornalistas e numerosas personalidades ali presentes.
O êxito alcançado por este regresso de Portugal ao Festival de Cannes veio provar, de maneira irrefutável, a razão das considerações várias vezes formuladas pela nossa revista.               

in  Revista "Plateia", nº 10, 15 de Maio de 1958, pág.6

Protestos contra os "bars" de cinema, que fazem pagar dois tostões por cada copo de água


Amigos da Sétima Arte - A vossa carta tem o ar duma tempestade dentro dum copo de àgua... Duas fôlhas dactilografadas, a protestar contra os "bars" de cinema, que fazem pagar dois tostões por cada copo de água - parece-me forte. - O problema oferece aspectos vários: não há dúvida que têm carradas de razão, quando se insurgem contra o sistema anti-higiénico de já haver copos de água cheios, a amolecer ao calôr e a absorver tôdas as poeiras, que pairam no ar; já não estou inteiramente de acôrdo quando vocês verberam os dois tostões. Lembrem-se de que os "bars" só funcionam vinte minutos por noite e pagam impostos como êstes: "aferição de medidas" e "licença de porta aberta", êles que só podem ter a porta aberta quando o cinema a tem, e que verdadeiramente só nos intervalos funcionam com normalidade... Isto, claro, não os absolve de outras "explorações"...

Secção de correspondência pelo " HOMEM INVISÍVEL"
O homem que tudo sabe...

in "Posta Restante", Revista "Filmagem", nº 50, 24 de Outubro de 1942, pág.13

Henrique Mendes no Quadro de Honra


"Na Rádio Televisão Portuguesa trabalham muitos valores que o público aprecia, mas que não têm nos jornais a referência justa e merecida.
Para esses valores, 'Plateia' dedica a partir deste número este 'quadro de honra'.

Escolhemos hoje o novo locutor da Radiotelevisão Portuguesa, Henrique Mendes, que tão boas provas tem prestado. Henrique Mendes começou a sua actividade como locutor na Rádio Renascença, marcando, desde logo, um lugar de justo destaque entre os jovens locutores da nossa Rádio. Bem haja, pois, a RTP, pelas oportunidades que proporciona aos novos".
In "Plateia", Julho de 1958