A moda, ao tempo, tinha poucos anos. Ia-se à praia com tanto de entusiasmo
como de pudor. O processo de destape mal tinha começado. Muitos ainda veriam a
ida à praia como um pecado do qual teriam que pedir absolvição mais tarde.
O pudor já ditara as suas regras um século antes. O traje de banho usado em
1810 por D. João VI não era nada convencional nem mesmo para a época. O rei de
Portugal tinha medo dos caranguejos e só aceitou entrar na água de uma praia dos
brasis dentro de um barril. O recipiente que lhe serviu de roupa tinha o fundo
tapado. Na lateral havia um pequeno buraco, por onde a água entrava. Conforme as
exigências do monarca, apenas suas pernas podiam ser molhadas.
A preocupação do governo brasileiro e dos banhistas com a falta de pudor nas
praias era enorme. Inicialmente, as senhoras banhavam-se de madrugada, para não
serem vistas. Contra os moleques que as importunavam, as casas de banho
colocavam em suas paredes avisos como este: “É expressamente proibido fazer
furos nestas cabines à verruma ou pena, os encontrados nessa prática devendo ser
entregues à ação da polícia”.
Com a década de 30 (século XX), os médicos e a sociedade em geral começaram a
aperceber-se dos benefícios do Sol, que até aí era “persona non grata” na pele.
Ninguém queria estar bronzeado. Agora, o símbolo de uma vivência desafogada era
o bronzeado. Como para apanhar Sol o melhor era mostrar a pele, muita pele ficou
à mostra: o saiote foi muito reduzido, as cavas mais pronunciadas e o decote
aumentado. Um pouco depois surgiram os primeiros fatos-de-banho com costas à
mostra.
Neste vídeo, slideshow com 57 fotos das idas às praias entre 1900 e
1920.
Hotel das Nações
Há 3 dias
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